sexta-feira, 9 de setembro de 2011

~ Soneto 30 ~

Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,

Afogo olhar em lágrima, tão rara,

Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já superara,
Deplorando o que desapareceu.

Posso então lastimar o erro esquecido,

E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorado e já sofrido,

Tornando a pagar contas todas pagas.

Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as perdas e acaba o sofrimento
William Shakespeare

Nenhum comentário:

Postar um comentário