quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cap.12: Bipolaridade? Quem entende?

  Poucas pessoas se interessam pelo assunto, mas a coisa é realmente enlouquecedora; Ela já entrou na sala do psiquiatra em prantos (mesmo sendo ajudada pela psicoterapia), sabia q teria que revelar suas crises de mania (acreditem é bem pior do que possam imaginar), além de tudo, ela nunca vai desvendar por completo tudo que se passa ali dentro, calma, você não teria medo dela, ou talvez tivesse do que ela poderia fazer com ela. Se estiver hipomaníaca quer cometer suicídio (pulsos cortados; overdose de medicamentos), se está hiper, quer VIVER de forma intensa até MORRER (de forma breve), então o estado de remissão é o único caminho que ela pode escolher entre a sanidade, a loucura e a morte. Agora me diz como ela deve fazer pra enfrentar o preconceito dos familiares e amigos por causa dos tipos de remédios, da curtição diferenciada, do torpor, da voz trêmula, das pernas bambas, das vertigens, dos rótulos, do sono em excesso e paradoxalmente da insônia, ahhhhhhh e do ganho de peso, da leitura forçada e etc?! Neste momento, ela precisa fugir de muitas das suas vontades (jogar tudo para o alto) e tentar ser aceita novamente, mas aceita como mesmo??? Um dia, dois dias, três dias... Sem banho ou algo do tipo (só o pranto a dominando)... Ou então ficar perfeita, gastar todo o dinheiro que não possui e ver seus familiares sofrerem, porque ela irá ultrapassar o limite da embriaguez nas formas que puder e encontrar... Mas ela não quer que ninguém mais sofra, não quer repetir os mesmos atos, mas o que querem que ela faça afinal?!
 (Taty Vieira).



Quando se trata de uma doença mental, assim, concreta, em que se pode ver a deterioração da pessoa (só não vê quem não quer), quando essa entra em remissão, as outras pessoas que já achavam mesmo que seu problema era preguiça, não estão dispostos a ser nem mesmo receptivos, querem mesmo é livrarem-se de você (afinal, se foi preguiçoso uma vez e nos trouxe tantos problemas, pode trazer de novo...).A essa altura, todo mundo esquece, muitas vezes até o próprio doente mental, que a doença mental não é imaginária. É física também! Acontece num local físico, por falta de elementos químicos...Eu gostaria de mudar o nome da doença de novo... da Bipolaridade, é claro...Já que tentaram mudar muitas vezes, a fim de evitar o preconceito... deixa eu propor o nome que acho que daria certo: Transtorno Cancerígeno Bipolar.Não deixa de ser um câncer...Trata-se de um crescimento desordenado dos humores, pra cima ou pra baixo... Sabe, acho que é câncer sim, do pior tipo, é invisível, pode matar de uma hora pra outra ou lentamente... o diagnóstico é, em alguns casos, muito mais difícil do que o diagnóstico do outro câncer, e a doença pode ficar latente no organismo da pessoa por anos, sem nunca se manifestar, até que aconteça um evento estressor que provoque o gatilho da doença... ou nunca aconteça esse gatilho. Isso significa, que todo mundo pode ter essa doença latente dentro de si!! A semelhança, entre uma doença e a outra são interessantes, pelo menos no período da Remissão... Transtorno Bipolar do Humor é eterna.O tempo inteiro temos que estar atentos para que um sintoma ou outro não seja sinal de que a doença está voltando. Em remissão, tenho um grande medo de voltar aos estados instáveis... Eu nem sei o que é ter vida normal...Estou descobrindo isso agora, que estou estável. Mas nunca tive essa sensação antes. Para mim é tudo muito novo. É tudo diferente. Eu estou gostando. Mas tenho medo.Parece que não estou preparada para isso. Esse medo de perder o estado de remissão é uma constante em tudo o que faço ou que vou fazer ou que quero fazer. Não sei como vou fazer para superar isso. Mas vou superar!! Algumas coisas precisam ser acertadas, meu coração ainda tem mágoas e ressentimentos, ainda não estou emocionalmente curada..."
(Extraído do texto Sobrevivencialismo-Blog:Mente Inquieta )

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